A raça canina
é uma questão cultural?
Por: Joana Rita Sousa
Aproveito as viagens de comboio para colocar a leitura em dia: passo pelas papelarias da estação de comboio e espreitas as novidades das revistas. Encontrei uma edição especial dedicada a cães e gatos. Descobri coisas interessantes sobre as raças caninas.
As raças são determinadas
por questões culturais
De acordo com especialistas é possível que o mesmo cão possa ter “arrumações” diferentes, em termos de raça, em diferentes países.
Em Portugal encontramos registadas as seguintes raças: Cão da Serra de Aires, o Fila de São Miguel, o Serra da Estrela, o Castro Laboreiro, o Rafeiro do Alentejo, o Podengo, o Perdigueiro e o Cão de Água.
O site do Clube Português de Canicultura (CPC) refere ainda o Barbado da Terceira e o Cão de Gado Transmontano como raças portuguesas não reconhecidas pela FCI (Federação Cinológica Internacional).
No artigo da National Geographic, Gonçalo Pereira Rosa refere o Cão do Barrocal Algarvio como a 11ª raça portuguesa reconhecida pelo CPC.
Como se determina e se reconhece uma determinada raça?
Há uma base de dados de representantes de raças caninas portuguesas à qual se acede de forma a perceber se a “nova” raça se assemelha ou se diferencia dessas. É curioso saber que o Cão do Barrocal Algarvio apresenta traços semelhantes a um cão proveniente do Médio Oriente, a raça Saluki.
Curioso, não é? Que viagens terão feito os antepassados destes cães para chegar até nós?
A análise genética é, assim, um passo essencial para afirmar (ou não) uma raça enquanto tal.
A raça e a função que
lhe está associada
Em Portugal o cão tem um passado associado às funções: os cães ajudavam no pastoreio, no controlo dos rebanhos e também na sua defesa. Somos um país no qual a agricultura e a pecuária sempre tiveram um peso relevante nas actividades de subsistência. Mais do que cães de companhia, os cães eram considerados como um recurso ou uma “ferramenta de trabalho”.
Hoje em dia o cão conquista, a passo e passo, o lugar de cão de companhia. Referimo-nos aos cães como os fieis amigos – e a grande maioria dos tutores não é pastor, estou correcta?
Fonte: artigo de Gonçalo Pereira Rosa, na revista National Geographic.
O autor não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
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