#AdoptDontShop
Por: Joana Rita Sousa
A par de critérios como o porte ou a idade do cão ou do gato, a raça é, por vezes, o critério para procurar o fiel amigo. Quando alguém procura uma raça “pura” tem a tendência para procurar criadores. E esquecem-se que os cães de raça também são abandonados e também habitam nos canis e nos albergues.
Os cães da moda
“Ah pois, tens um cão da moda” – li uma vez, numa rede social, após ter partilhado uma fotografia do Kioko, um bulldog francês. O Kioko é, sem dúvida, um cão muito instagramável e nos últimos anos começámos a ver muita gente a passear cães desta raça, nos parques e nos jardins. Há de várias cores, de vários feitios.
Além do ar fofo que têm, os bulldog trazem consigo uma carga genética de problemas respiratórios e dermatológicos. As pessoas compram e esquecem-se, por vezes, que estes problemas vão pesar no orçamento familiar. Não é só o investimento da compra, é o investimento na qualidade de vida do animal. Por vezes, é essa a razão para o abandono ou para procurar um novo tutor.
Não é raro encontrar cães desta raça – ou de outras – nos canis ou nos albergues, para adopção. Nem sempre são bebés, é um facto. A verdade é que merecem uma segunda oportunidade e não têm a culpa do rótulo atribuído à raça.
A raça como critério de adopção
Confesso que a raça nunca foi um critério para adoptar, cá por casa. No entanto, a população canina é composta por um pinscher (o Friqui) e um bulldog (o Kioko). O Félix é o rafeiro de serviço.
Não há mal nenhum em ter a raça como critério – a minha maior paixão na UPPA (União Para a Protecção dos Animais) é uma labradora. Em vez de comprar, sugiro que espreitem as associações registadas na AMIGA-ME e procurem, perguntem se, por acaso, não existe o cão da raça X ou Y, por lá. Podem surpreender-se com a quantidade de cães “de marca” (como amigavelmente lhes chamo) que poderão encontrar.
Adoptem, não comprem.
O autor não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
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