todos diferentes
Por: Joana Rita Sousa
Tenho a certeza que muitos de vós já utilizaram a expressão “os cães não são todos iguais, tal e qual as pessoas”. Cada vez sou mais fã desta expressão, não só pelo facto de já ter convivido com cães diferentes ao longo da minha vida, mas também por fazer voluntariado num albergue onde há cerca de setenta cães. E sim, são todos diferentes.
A diferença vai além do físico; diz respeito ao seu comportamento e às coisas que gostam de fazer e que lhes façam. E os dias vão passando, no albergue da UPPA, e cada vez mais conheço os patudos que lá estão. Confesso que gostava de não ter oportunidade de os conhecer tão bem – significava que eles teriam sido adoptados e estavam com uma família.
Há cães que adoram brincar com uma bola de ténis: aquela ideia de atirar a bola para ir buscar, estão a ver? A Pitanga adora, e vai buscar a bola, larga e pede para nós atirarmos de novo. Já a Riva gosta mesmo é de destruir a bola – e assim que se apanha com ela na boca: “era uma vez uma bola de ténis”.
O Fred adora deitar-se de barriga para cima. Para quê? Pois bem, ele adora festas na zona do pescoço e na barriga. Até fecha os olhos para apreciar mais o momento – e se paramos, olha para nós com ar de “então? Continua lá!”
A Mel é muito independente nos passeios: às vezes parece que nós somos só o ser humano que está do outro lado da trela. Mas faz jus ao nome e de vez em quando olha para trás, vem ter connosco e pede festas. A Mel gosta de festas “da cintura para baixo”. E de biscoitos: é exímia na arte de apanhar biscoitos no ar.
bolas e biscoitos
Aqui por casa também há diferenças de gostos: o Félix está sempre pronto para a brincadeira e é um cão que gosta de retribuir as festas com lambidelas. O Friqui é um pouco mais anti-social e não corre para nós para pedir mimos. Às vezes parece um gato, pois fica distante e quando quer, enrosca-se nas nossas pernas e pede festas (a zona do lombo é particularmente apreciada). O Farrusco, um cão já centenário, passa os dias a dormir e aprecia os momentos do biscoito. E festas, muitas festas.
Há algumas actividades que são particularmente apreciadas pelos cães: o momento do biscoito (que pode ser uma recompensa de treino), a hora da refeição, o banho e a escovagem (o Félix gosta muito), o passeio (só mesmo o Farrusco é que dispensa, pela idade avançada), o colo (qual não foi o meu espanto quando descobri que a Riva, um pittbull adulto adora enroscar-se no meu colo!), brincar com a bola ou outro brinquedo e andar de carro (o Farrusco enjoa muito, mas por norma até tem o efeito de embalar e acalmar os cães).
É importante descobrir o que os nossos amigos caninos gostam ou não. Acho que isto também vale para os gatos, ainda que eu não tenha tanta experiência ou relação com felinos. Desta forma, evitamos coisas que possam ser desconfortáveis para eles ou minimizados o desagradável que possa haver nesses momentos. E, sempre que possível, reforçamos aquilo que mais gostam. Mesmo que seja destruir bolas de ténis, não é menina Riva?
O autor não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
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