O bebé e o leite materno
Por: Lillian Barros
O leite humano é manifestamente o alimento de excelência a fornecer ao bebé. Tendo por base a sua segurança e adequação nutricional, mas também as vantagens demonstradas na prevenção de algumas doenças, a OMS estabeleceu como recomendação o aleitamento materno exclusivo nos primeiros 6 meses de vida e a sua manutenção até aos 2 anos, em simultâneo com a diversificação alimentar.
Amamentar, além de estreitar os laços entre a mãe e o bebé, é conveniente, seguro, nutritivo, acessível, encontra-se à temperatura ideal e não requer preparação prévia. Para além disso, desempenha um papel protetor relativamente a diversas patologias (ex.: asma, dermatite atópica, gastroenterite aguda, enterocolite necrotizante) e os estudos apontam para que esteja associado a um menor risco de desenvolvimento de diabetes tipo 1 e 2 e de obesidade.
O aleitamento materno permite que a criança autorregule o volume que ingere, o que contribui para a melhor regulação dos mecanismos de saciedade. Nas situações em que o aleitamento materno não é possível, recomenda-se a utilização de fórmulas infantis para suprir as necessidades energéticas e nutricionais do bebé.
A introdução de alimentos
O leite materno tem tudo o que o seu bebé precisa. É aconselhado que até aos seus meses faça parte do seu plano alimentar. Mesmo quando entramos na primeira fase de introdução de alimentos idealmente aos 6 meses. A transição deve ser acompanhada da amamentação devido ao seu poder nutritivo e benefícios para o seu filho. Podemos começar esta etapa com a introdução de água, sem forçar ou obrigar, num biberão ou copo dedicado a esta fase de vida. Cada bebé tem o seu tempo.
Os 6 meses: o grande ponto de partida na alimentação do seu bebé
Está na hora de diversificar a alimentação do seu bebé. A alimentação complementar define-se como o processo que se inicia com a introdução de outros alimentos para além do leite e resulta do facto de o leite materno e/ou fórmula já não serem, por si só, suficientes para satisfazer as exigências nutricionais do lactente. Para além de aspetos nutricionais, a sua introdução implica uma avaliação da maturidade do lactente e implica a avaliação regular da evolução ponderal. Porém, regra geral, deve iniciar-se entre os 4 e os 6 meses de idade, sempre depois do 4º mês e o mais próximo possível do 6º mês.
Durante a alimentação complementar devem ser oferecidos uma ampla variedade de alimentos, com intervalos de inclusão entre si. Pretende-se assim que o lactente experiencie o máximo possível alimentos, texturas, aromas e sabores novos, aspetos estes fundamentais para que, no futuro, se verifique uma melhor aceitação dos alimentos.
A fase da diversificação alimentar é, portanto, uma etapa muito importante e com carácter emocional e de estruturação de comportamentos para a vida, dado que este período permite que se estabeleçam hábitos alimentares saudáveis que se esperam que se mantenham no futuro. Assim sendo, este período inicial da vida constitui uma janela de oportunidade ímpar para o desenvolvimento de hábitos alimentares saudáveis, que não deve ser desprezada. Comece pela água, pelo caldo de legumes ou papas. Cada alimento no seu momento.
7 meses, rumo às sopas, ao almoço e jantar
A colher e o prato são novas experiências que ajudam o seu pequenote a desenvolver a coordenação entre a mão e a boca. À base inicial podemos diversificar e oferecer novos sabores: a nabiça, nabo ou couve-flor. A sopa ao almoço começa a ser realidade. A carne como o frango já está a ser descoberto tal como a variedade de frutas. Tal como a introdução dos alimentos sólidos. E aos 8 meses o seu filhote já pode fazer uma refeição completa: sopa + prato. + fruta. Mas ressalvamos que todo o processo e rotina alimentar do seu bebé é importante. Tal como deve ser acompanhada pelos conselhos do seu pediatra.
A partir dos 9 meses, o que comer?
O seu prodígio cresce a olhos vistos. Podemos começar a introdução de arroz, massa, batata esmagada, cenoura esmagada, entre outros. O seu bebé já começa a querer comer sozinho, leva a comida à boca, bebe água com ajuda e mostra vontade de experimentar tudo? Vamos a isso. Prefira sempre refeições caseiras e preparadas em casa. Junte o peixe à ementa, o ovo, o iogurte.
Ao 10 meses, o arroz e a massa passam a fazer parte. Claro, se o seu pediatra e o seu bebé assim aconselharem. Aos onze meses e aos poucos, introduza feijão frade, lentilha e depois o grão e as ervilhas. Aos 12 meses, o seu bebé grande já pode começar as refeições em família e à sua medida. Mas evite o sal e os açúcares. Afinal, a alimentação saudável é para toda a família.
Dicas para facilitar a diversificação alimentar do seu bebé
O paladar do seu bebé está em desenvolvimento. E as refeições são memórias e histórias que ficam com largos sorrisos e pequenas “partidas”. Divirta-se na hora de refeição. O início da introdução alimentar pode ser desconfortável ou stressante, tanto para a mamã como para o bebé. Escolha os momentos certos, calmos e onde o seu filhote se sinta confortável e seguro. Introduza ao ritmo dele e confie. Experimente:
- Conversar com ele durante a refeição, olhar nos seus olhos. Aproveite para apreciar estes preciosos momentos;
- Não o deixe sozinho. Ele está a descobrir “coisinhas novas” e precisa do seu conforto e confiança;
- Dê o alimento calmamente. Deixe-o experimentar pegar, saborear e fazer aquelas brincadeiras que só ele faz quando estranha.
- Não o force a comer caso ele não queira, mas esteja atenta aos sinais de fome e saciedade.
A alimentação a partir dos seis meses de idade, mesmo ainda numa fase complementar, são sempre momentos em que o bebé além de desenvolver o seu paladar, desenvolve a afetividade, comportamentos e outras competências. Fazê-lo em família é perfeito.
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