A dieta flexível
Por: Lillian Barros
Quando ouvimos a palavra "dieta" pensamos logo naquilo que nos irão retirar da alimentação. O flexitarianismo vem mudar a forma como vemos a mudança de hábitos alimentares e o conceito do termo é esse mesmo, flexibilidade.
Mais do que uma dieta extremista, radical ou limitativa, esta estratégia não pretende atingir a perfeição, mas sim uma evolução, onde há uma mudança tranquila e gradual que fomenta, aos poucos, novos hábitos alimentares para o resto da vida.
Afinal, o que é?
Inspirada na corrente vegetariana, esta dieta tem como princípio base o aumento do consumo de alimentos de origem vegetal (vegetais e cereais integrais), sendo assim muito rica em antioxidantes, fibra, vitaminas e minerais. Esta riqueza nutricional associada à diminuição gradual do consumo de carne (sem excluí-la por completo da nossa rotina alimentar) e logo de gorduras saturadas existentes na carne, sobretudo vermelha e gorda, o que proporciona além de uma perda de peso eficaz, um carácter preventivo.
A redução do consumo de carne inicia-se de forma lenta, tornando-se aos poucos mais evidentes, até que numa fase mais avançada do processo passa a ocupar um espaço reduzido e um consumo apenas ocasional.
Benefícios
Segundo alguns autores, a dieta flexitariana, seguida a longo prazo, diminui o risco de desenvolver doenças cardíacas, diabetes e cancro e pode ajudar a viver mais anos (cerca de mais de 3,6 anos, em média).
Além de flexível, foi pensada para ser fácil de seguir e sem grandes alterações nos próprios produtos que habitualmente guarda na dispensa, evitando assim gastos supérfluos em alimentos muito específicos. É uma dieta variada, completa, sem radicalismos, sem custos adicionais e alimentos ‘alternativos’, difíceis de encontrar, torna-se numa dieta bastante realista, prática, motivadora o que poderá ter efeitos duradouros.
A maior parte das pessoas que inicia um plano completamente distinto daquele em que se baseiam as suas rotinas, rapidamente o abandona. O ideal é traçar um caminho, com progressão de exigência, em que cada progresso é valorizado e ajustado.
Então, onde vamos buscar a proteína?
Embora a carne, de uma forma geral, represente uma fonte importante de proteína na nossa alimentação, esta dieta não comporta quaisquer carências nutricionais, ao incentivar a sua redução. Na verdade, a maior parte da população ocidental consome carne ou proteína de origem animal, de uma forma excessiva. Com esta dieta conseguimos uma redução deste consumo sem termos de abdicar dela.
Podemos ir buscar proteína a outras origens incluindo alimentos como o tofu, o feijão, as lentilhas, as ervilhas, algumas sementes, como as de cânhamo, os ovos e a quinoa. Por outro lado, os laticínios como o leite, os iogurtes e/ou o queijo, ocupam também um grande destaque na dieta flexitariana e, por isso, se for seguida de uma forma completa, em termos proteicos, não irão existir carências.
O flexitarianismo tem sido apresentado como uma estratégia alimentar para minimizar as consequências do consumo de carne para a saúde e meio ambiente. Esta tipologia de dieta pode ser benéfica para qualquer pessoa e pode ser mais facilmente seguida a longo prazo do que uma dieta totalmente vegetariana ou vegana.
5 passos para se tornar num “flexitariano”:
1. Comece com uma redução ligeira do consumo de carne e aumente, progressivamente, o número de refeições vegetarianas.
2. Garanta que faz as corretas combinações de proteínas vegetais, garantindo todos os aminoácidos essenciais (misturar cereais com leguminosas, por exemplo).
3. Variedade é a chave. Ofereça cores diferentes às suas refeições. Aposte nas crucíferas (brócolos, couve roxa, couve de bruxelas ou couve galega), nos legumes pigmentados (cenoura, tomate, beringela ou pimento) e nas leguminosas (feijão, ervilha, grão ou lentilhas).
4. Prefira crus ou confeções simples. Se cozinhados a baixas temperaturas e durante curtos períodos ajuda a manter a sua riqueza nutricional, como por exemplo ao vapor ou salteados para que sejam limitadas as perdas pela eliminação da água da cozedura.
5. A carne a consumir deverá ser, preferencialmente, branca, mais magra e com pouca ou nenhuma adição de gordura.
Pontos Fracos da dieta flexiteriana:
É uma dieta variada, com vantagens para a saúde e, por isso, possível de se tornar num hábito de vida. No entanto, apesar de todos os seus benefícios, esta dieta também apresenta alguns pontos fracos:
1. Faz a contagem de calorias e desvaloriza a função de cada nutriente e alimento em determinada altura do dia.
2. Ao jantar, há um aporte calórico superior, comparativamente ao almoço, quando as exigências energéticas são maiores durante o dia.
3. Devido à presença de lácteos e à falta de limitação do consumo de açúcar, esta é uma dieta que está contraindicada para as pessoas com intolerância à lactose, alérgicas à proteína do leite e eventualmente a diabéticas.
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