A regra dos 7
Por: Joana Rita Sousa
Sempre ouvi dizer que um ano, tal qual o entendemos, com doze meses, equivale a sete na vida de um cão. Era uma coisa que os meus avós diziam e que foi passando, de boca em boca.
Agora que sou um pouco mais curiosa com os assuntos relacionados com os animais, nomeadamente os cães, resolvi perceber qual seria a justificação para tal expressão.
Não sei ao certo o que a motivou, mas até a compreendo: se a esperança média de vida de um cão é cerca de treze anos... é como diz o outro: é só fazer as contas. 13 x 7 = 91.
10 x 7 = 70.
Por este motivo, as consultas de geriatria para cães são recomendadas a partir dos sete anos de idade.
o Farrusco
Quais são os sintomas aos quais devemos estar atentos, quando o nosso melhor amigo chega à idade sénior?
- A diminuição significativa de apetite pode ser um sinal de anemia ou infecção.
- A dificuldade em levantar-se, em ter força nas patas, pode indicar problemas de ossos ou articulações e até mesmo algo relacionado com a parte neurológica.
- Cansaço e tosse são sinais que podem indiciar patológicas cardíacas ou pulmonares.
Ninguém conhece o seu cão como o seu dono: por isso esteja atento a estes e outros sinais e alterações no comportamento (dificuldades em ladrar ou desorientação).
Cá em casa temos um melhor amigo que irá atingir os 19 anos de idade, em Junho. Durante este último ano sentimos que ele perdeu alguma da energia para pular degraus e nos últimos meses tem sido difícil para ele sair e entrar da sua casota, bem como fazer a sua caminhada pelo quintal. Todavia, mantém o apetite e não deixou de ladrar. A visão já está afetada mas o faro continua activo. Toma apenas um complemento vitamínico, para que a actividade neurológica se mantenha “no ponto”.
O Farrusco foi um cão que apareceu na nossa vida para ajudar o meu avô a superar um AVC, que lhe afectou a fala. Dizia ele que lhe fazia falta alguém com quem conversar, durante o dia, enquanto estava na horta. E se fosse um cão? A terapeuta da fala achou que a ideia seria excelente. Durante alguns anos o Farrusco foi a companhia fiel do meu avô, na horta, onde corria e comia ervas frescas. Depois da morte do meu avô, o Farrusco veio viver cá para casa e teve sempre companhia canina.
Sabemos que ele não vai durar para sempre. Dezanove anos é uma bonita idade e até agora o Farrusco tem qualidade de vida e tudo fazemos para que tenha uma simpática “vida de cão”. Sabemos que ele não vai durar para sempre – mas gostávamos de o ter connosco mais uns anos!
O autor não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico.
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